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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Conceito de família


Quando falamos em família, é comum pensarmos em uma estrutura com pai, mãe e filhos e, também, no papel que desempenham. O pai trabalhando fora e trazendo o dinheiro para suprir as necessidades da família, a mãe cuidando da casa e dos filhos e estes, sorridentes e obedientes, enfim, uma família feliz e bem constituída. É lógico que nem todos pensam assim. Szymanski e Martins (2004) descobriram, em seus estudos, que até mesmo crianças abrigadas, que nunca viveram em uma situação familiar como a descrita, representam as famílias dessa forma, em brincadeiras livres, no faz-de-conta, nos jogos e em outras atividades desenvolvidas.
Embora esse tipo de família ainda seja muito encontrado nas sociedades ocidentais, diversas outras formas têm surgido na vida moderna. Segundo Szymanski (2002), família pode ser definida como uma associação de pessoas que escolhe conviver por razões afetivas e assume um compromisso de cuidado mútuo com todos os membros que a compõem. Essa autora destaca nove principais tipos de composição familiar: (a) família nuclear com filhos biológicos; (b) família extensa, incluindo três ou quatro gerações; (c) família adotiva temporária; (d) família adotiva, que pode ser birracial ou multicultural; (e) casal sem filhos; (f) família monoparental,
chefiada por pai ou mãe; (g) casal homossexual com ou sem crianças; (h) família reconstituída depois do divórcio; (i) várias pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte compromisso mútuo.
Petzold (1996) vai além ao relacionar quatro grupos de fatores que podem influenciar a caracterização da família, levantando 14 variáveis, como por exemplo, se os casais são legalmente casados ou não, se tem moradias em comum ou separadas, se são economicamente dependentes ou independentes, se compartilham ou não a mesma cultura, se tem filhos naturais ou adotivos, se a relação estabelecida é hetero ou homossexual, entre outros. Se combinarmos as 14 variáveis com todas as possibilidades de arranjos descritas por esse autor (14X14), teremos 196 arranjos diferentes de família. Nossa!!!
É muito importante compreender a diversidade de possibilidades de arranjos familiares porque, cada vez mais, vamos conviver com diferentes tipos de famílias.
O professor, então, é um dos profissionais que mais tem contato com essa diversidade.
O papel da família e os estágios do curso de vida familiar
Bowlby (1990), o autor da Teoria do Apego  afirma que o serviço que os pais prestam aos filhos é considerado tão natural que sua grandiosidade é esquecida.
O papel da família, de modo geral, é o de fornecer apoio e segurança. É lógico que todas as famílias enfrentam problemas e dificuldades mas, apesar disso, é importante que cada um dos seus membros saiba que tem com quem contar em caso de necessidade, a quem recorrer e que alguém se preocupa com seu bemestar.
A família é sempre uma referência.
Da mesma forma que cada um de nós passa por diferentes etapas no curso de vida, isto é, desde a fase de bebê até a velhice, a família também passa por diferentes etapas. Os papéis específicos que as famílias desempenham vão variar em função dos diferentes estágios do curso de vida familiar. Carter e McGoldrick (2001) definem seis estágios no curso de vida na família de classe média que pode ser útil para entendermos o papel da família nas diferentes etapas de seu desenvolvimento.
O primeiro estágio: saída do jovem adulto de casa
Carter e McGoldrick (2001) descrevem essa fase como sendo a do jovem adulto solteiro saindo de casa. No Brasil, geralmente o jovem de classe média só sai de casa se for estudar ou trabalhar fora, do contrário fica na casa dos pais até se casar. No entanto, nessa etapa, a tarefa do jovem nesse processo é a mesma: a de assumir a responsabilidade emocional e financeira por si mesmo. Isso implica diferentes mudanças no status familiar, as quais são necessárias para que o jovem consiga seguir em frente em seu processo de desenvolvimento.
O segundo estágio: a formação do novo casal
No segundo estágio, a tarefa é a de formar um novo casal, comprometendose com a formação de outro sistema familiar, ou seja, a geração de uma nova família.
O terceiro estágio: casal com filhos pequenos
Esse estágio envolve o nascimento dos filhos. É o casal aprendendo a lidar com os filhos pequenos e a tarefa básica é aceitar esses novos membros no sistema familiar.
O quarto estágio: casal com filhos adolescentes
Novas mudanças ocorrem quando os filhos se tornam adolescentes. Nessa fase há necessidade de ampliar a flexibilidade das fronteiras familiares, com o objetivo de incluir a independência que os filhos adolescentes precisam adquirir e é comum surgir a preocupação com a saúde dos avós. Além disso, o fato de ter filhos adolescentes leva à reflexão de que o tempo está passando muito rápido, ou seja, que se está ficando mais ‘velho’
O quinto estágio: os filhos saindo de casa
Esse é o estágio do lançamento dos filhos para viver longe de casa e seguir em frente. É chamada de “a fase do ninho vazio”. O objetivo geral é a aceitação de várias entradas e saídas no sistema familiar.
O sexto estágio: período tardio da vida
O último estágio é o da família na fase tardia da vida e o papel básico é a aceitação da mudança dos papéis geracionais.

ROTEIRO PARA PLANO DE AEE (segundo SEESP)



A. Plano de AEE

São as ações desenvolvidas para atender as necessidades do aluno. São específicas do AEE para que o aluno possa ter acesso ao ambiente e a conhecimentos escolares de forma a garantir com autonomia o acesso, a permanência e a participação dele na escola.
 1. Objetivos do plano:
 2. Organização do atendimento:
  • Período de atendimento: de (mês) ... a (mês) ...
  • Freqüência (número de vezes por semana para atendimento ao aluno):
  • Tempo de atendimento (em horas ou minutos):
  • Composição do atendimento: (   ) individual   (   ) coletivo
  • Outros:
 3. Atividades a serem desenvolvidas no atendimento ao aluno: 
 4. Seleção de materiais a serem produzidos para o aluno.
 5. Adequações de materiais: liste os materiais que necessitem de adequações para atender às necessidades do aluno (exemplo: engrossadores de lápis, papel com pautas espaçadas e outros).
  6. Seleção de materiais e equipamentos que necessitam ser adquiridos: liste os recursos materiais que precisam ser encaminhados para compra e /ou que já existem na sala de recursos multifuncionais.
 7. Tipos de parcerias necessárias para aprimoramento do atendimento e da produção de materiais: terapeuta ocupacional para criar uma tesoura adaptada, costureira para fazer uma calça com enchimento para trabalhar com a criança e outros.
 8. Profissionais da escola que receberão orientação do professor de AEE sobre serviços e recursos oferecidos ao aluno:
·         Professor de sala de aula
·         Professor da Educação Física
·         Colegas de turma
·         Diretor escolar
·         Equipe pedagógica
·         Outros. Quais:
 B. Avaliação dos resultados:
 1. Indicação de formas de registro
O plano deverá ser avaliado durante toda a sua execução.
O registro da avaliação do plano deverá ser feito em um caderno ou ficha de acompanhamento, onde serão descritos pelo professor do AEE o uso do serviço e do recurso em sala de aula, durante o AEE e no ambiente familiar.
No registro, deverão constar as mudanças observadas em relação ao aluno no contexto escolar: o que contribuiu para as mudanças constatadas; repercussões das ações do plano de AEE no desempenho escolar do aluno.
 2. Resultados obtidos diante dos objetivos do Plano de AEE.

C. Reestruturação do Plano:
 Liste os pontos de reestruturação do Plano de AEE, caso os objetivos do Plano não tenham sido atingidos.
  • Pesquisar e implementar outros recursos.
  • Estabelecer novas parcerias.
  • Outros.

Deficiente......em Mário Quintana



Deficiente... é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive,sem ter consciência de que é dono do seu destino. 
Louco... é quem não procura ser feliz com o que possui.
Cego... é aquele que não vê seu próximo morrer de frio,de fome, de miséria.
E só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
Surdo... é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo,ou o apelo de um irmão. 
Pois está sempre apressado para o trabalho . 
Mudo... é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde
por trás da máscara da hipocrisia. 
Paralítico... é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. 
Diabético... é quem não consegue ser doce, sem sofrer por isso...
Anão... é quem não sabe deixar o amor crescer.
E, finalmente, a pior das deficiências é ser "miserável", pois
" Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Identidade das escolas: processo de construção do PPP

Re-significando a Prática Pedagógica
Qual o sentido de planejar?
Seria antecipar, mentalmente uma ação a ser realizada e agir de acordo com o previsto.
É buscar fazer algo incrível, essencialmente humano: “O real ser comandado pelo ideal.”
E planejar ajuda em que?
A concretizar aquilo que se almeja: (teoria-prática).
Re-significar é:
“resgatar sua necessidade e possibilidade (geral e específico)
Necessidade:
Mudança :  querer mudar a realidade
Planejar:    sentir que precisa de mediação
Possibilidade: 
Mudança:     acredita na mudança
Planejar:      ver condições a realizar a ação
Planejar é:
- Querer mudar algo
- Acreditar na possibilidade da mudança da realidade.
- Perceber a necessidade da mediação teórico-metodológica
- Vislumbrar a possibilidade de realizar determinada a ação

Planejamento é NECESSARIO e POSSIVEL
NECESSÁRIO : aquilo que se impõe,  deve ser, não se pode dispensar
POSSÍVEL: aquilo que não é, mas poderia ser, que é realizável.


Pressuposto fundamental do planejar: necessidade de mudar
Há algo em nossa prática que precisa ser modificado, transformado, aperfeiçoado?
Qual o grande   do planejamento  pedagógico?

A morte do autêntico trabalho pedagógico
Devido a que? Fatores internos e Fatores externos

Onde nos encaixamos?
Morte morrida ou morte matada?

Então portanto:
- Quem quer a escola?  Quem acredita na escola como caminho de  construção de uma realidade mais justa?
- Pra que a escola? Que meio de subsistência?
No planejamento sentimos a ausência de desejo
.
Mas então quem dá vida a escola?
E o que as pessoas fazem par correr nos braços do suicídio?


Quando somos considerados PROSTITUTOS DO MAGISTÉRIO.

Quando estamos planejando porque os outros nos pedem/obrigam,  mas não acreditamos naquilo, nos vendemos barato, preferimos rituais  formais a enfrentar  conflitos,

O educador como sujeito de transformação:
Querer: necessidade, desejo, valores, etc
Poder: condições da ação e o saber.
O planejamento é político.
Então planejar deve ser uma necessidade do professor.

Mas porque o planejamento é necessário?
Temos teoria ou colchas  de retalhos de fragmentos de discurso ?
Planejamento como caminho de teorização para o professor:
Funções básicas: Instrumento e Interação: pensamento e comunicação
O difícil não é planejar. É conhecer o que se planeja (Ferreira).
Instrumento de comunicação:
PPP: permite a interação de pensamento entre seus agentes construtores, favorece a interlocução com a comunidade, órgãos responsáveis e a sociedade geral.
Projeto de Ensino-aprendizagem estabelece comunicação com os outros professores, visando a integração curricular, evitando desnecessárias repetições ou os vazios curriculares.

Planejamento enquanto possibilidade
Regularidade do real : legislações (carga  horária, dias letivos, matriz, ) rotinas ( serie, ciclos, bimestres, semestres, horários das aulas) espaços determinados( sala de aula pátio, quadra, biblioteca..)
Possibilidade e mudança da realidade;   é possível mudar?
pseudos-impossibilidade: palavras, palavras...  Na prática, a teoria é outra
Quando eu tinha sua idade também pensava como você; É a estrutura... È o sistema; Não adianta, é assim mesmo.. Sempre foi assim.


Planejamento (PPP)
Deve ser, antes de mais nada um instrumento de trabalho para o sujeito/grupo, correspondendo ao seu projeto de intervenção na realidade, situando-o como produtor e não Mero executor dos projetos de outrem”.  (Carvalho e Diogo)
FINALIDADE DO  PLANEJAMENTO
Planejamento geral:
- Despertar e fortalecer a esperança na história como possibilidade;
- Ser um instrumento de transformação da realidade
- Resgatar a intencionalidade da ação (essencialmente humana), possibilitando a (re) significação do trabalho, o resgate do sentido da ação educativa;
- Combater a alienação: explicar e criticar as pressões e os compromissos ideológicos, tomar consciência de que projeto está se servindo;
- Dar coerência à ação da instituição, integrando e mobilizando o coletivo em torno de consensos (provisórios) superar o caráter fragmentário das práticas em educação, a mera justaposição;
- Ajudar a prever e superar dificuldades, fortalecer o grupo para enfrentar conflitos contradições.
- Racionalizar os esforços, o tempo e os recursos (eficiência e eficácia) utilizados para atingir fins essenciais.
- Diminuir sofrimento.

PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO

- Ser elemento estruturante da identidade da instituição
- Possibilitar a gestão democrática da escola: ser um canal de participação efetiva
- Mobilizar e aglutinar pessoas em torno de uma causa comum: solidariedade e parcerias;
- Dar um referencial de com junto para a caminhada;
- Ajudar a conquistar e consolidar autonomia da escola;
- Resgatar a auto-estima do grupo:faze-lo acreditar nas possibilidades de intervenção na realidade
- Possibilitar a delegação de responsabilidade;
- Ajudar a superar as imposições ou disputas de vontades individuais, na medida em que há um referencial construído e assumido coletivamente.
- Colaborar na formação dos participantes È a tentativa de diminuir os “inimigos internos”.

PROJETO ENSINO-APRENDIZAGEM

- Possibilitar a reflexão e a (re)significação do trabalho Resgatar o espaço de criatividade de educador
- Favorecer a pesquisa sobre a própria pratica
- Organizar o currículo racionalizando as experiências de aprendizagem, tendo em vista tornar a ação pedagógica mais eficaz e eficiente.
- Estabelecer a comunicação com outros professores e alunos
- Ajudar a resgatar o movimento conceitual e a organizar o fluxo da expressão sobre o objeto de conhecimento
- Não desperdiçar atividades e oportunidades de aprendizagem;
- Ser elemento de autoformação do professor na medida em que possibilita o pensar mais sistematicamente sobre a realidade, sobre a proposta, sobre a pratica, diminuindo a distancia entre teoria-prática.
- Resgatar o saber docente, a cultura pedagógica do grupo.
- Superar a exposição a que o professor foi submetido e relação a concepção e ao domínio dos eu quefazer, resgatando sua condição de sujeito de transformação;
- É uma questão de respeito a sim mesmo. Uma síntese do trabalho do prof./grupo.


Fundamento histórico-antropológico e epistemológico
Gênese da atividade de planejar:
O homem vai se constituindo como tal por sua AÇÃO TRANSFORMADORA DO MUNDO: movida pelo DESEJO, CURIOSIDAE, começa a interagir com a realidade através do TRABALHO.

Porque o homem é um ser de PRÁXIS?
Porque ao ganhar autonomia em relação a natureza passa a agi de forma auto-reflexiva
e criativa.
o que leva o sujeito a AÇÃO ?
A necessidade de mudar. de querer  de fazer.

Planejamento: Método dialético de transformação
Qual a relação entre planejamento e método?
Método (methodus -latin) é uma forma de  organizar o pensamento de sorte que  se possa criar,  fazer relações até   então não estabelecidas. Méthodos (grego) meta , fim  e bodos: via, caminho.
Método  é uma postura diante da realidade: reflexiva/ conhecimento da realidade/transformação
Este movimento é feito em  2 momentos:  Ação ( prática ) e reflexão( sobre  a prática);

Planejamento enquanto méthodos de trabalho
para transformação da prática, necessita do
Ser professor reflexivo:
Realidade : onde estamos
Finalidade : par onde queremos ir
Mediação: o que fazer para chegar lá

Que nada mais é que  a estrutura básica do planejamento:
ANÁLISE DA REALIDADE (AR)
PROJEÇÃO DAS FINALIDADES (PF)
ELABORAÇÃO DE FORMA DE
MEDIAÇÃO (FM)

Planejamento é:  o eixo de organização e definição do trabalho do educador.
O ato de pensar sobe a prática organizar  as idéias e tomar as decisões sobre a  ação a ser realizado já é o planejamento;

Planejamento visa:
Organizar, sistematizar,  direcionar, tensionar  esta  reflexão do educador;















sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

SOCIEDADE E ESCOLAS INCLUSIVAS

Significado da inclusão
1. Direitos e justiça
2. Reconhecer a diversidade
3. Educação e inclusão social
4. Reduzir as barreiras e ampliar a participação
5. Processo longo e difícil mas necessário
6. Valores e cidadania
Os dilemas da inclusão
1. Sociedade competitiva – projeto inclusivo
2. Integração educacional – integração trabalhista
3. Direito a aprender o direito a estar juntos
4. Compromisso de todos – compromisso de alguns
Os quatro “Ces” das políticas inclusivas
INCLUSÃO EDUCATIVA
Contexto
Compromisso
Competências
Competências
Contexto social e familiar
• Atitudes sociais
• Programas das instituições
• Dedicação da família
• Redes e associações
• Educação inclusiva em sociedade inclusiva
Condições educacionais
• Projeto educacional
• Flexibilidade organizacional
• Adaptação do currículo
• Adequação da avaliação às políticas inclusivas
• Apoio suficiente
• A valoração social das escolas
Competências dos professores
• Sentir-se comprometido com a educação de todos os alunos
• Desenhar atividades com diferente grau de dificuldade
• Gerenciar a aula para que todos aprendam
• Ser capaz de favorecer o desenvolvimento social dos alunos
• Estar preparado para cooperar com a família
• Gerenciar a própria formação
• Valorizar e prezar a todos os alunos
Compromisso • Responsabilidade das instituições
• Projeto das administrações públicas
• O papel dos meios de comunicação
• A atitude das famílias
• O compromisso das escolas
• A responsabilidade moral dos professores


Dr. Álvaro Marchesi

Competência Social, Inclusão e Autismo na Educação Infantil

O QUE É COMPETÊNCIA SOCIAL?
 O QUE É AUTISMO?
 È POSSÍVEL FALAR EM COMPETÊNCIA SOCIAL DE “AUTISTAS”?
 QUAL A RELAÇÃO ENTRE COMPETÊNCIA SOCIAL E APRENDIZAGEM?
 POR QUE FALAR DE COMPETÊNCIA SOCIAL NO CONTEXTO DA INCLUSÃO?
 PESQUISA
“ a parte da socialização está indo bem...o que me preocupa é a aprendizagem. Goldberg, 2002
 Competência Social
 Não são apenas “habilidades”
 Comportamentos adaptativos para se desenvolver socialmente em uma variedade de contextos e situações.
 Podem ser erroneamente vistos como “desajustes” ou “sintomas”, se não forem consideradas a etapa de desenvolvimento da criança e o contexto.
Hartup, 1992; Waters & Sroufe, 1983
 Emerge principalmente das experiências em relações mais estreitas e íntimas (Hartup, 1989; 1992).
2 tipos de relacionamento:
Vertical: Adulto
Criança
Horizontal:
Criança Criança
 Exercem funções diferentes e são necessárias para o desenvolvimento.
V H
 Aquisição ou elaboração de habilidades sociais básicas como comunicação e a cooperação;
 Promove o auto-conhecimento e o conhecimento do outro;
Função simbólica
Autismo:
 Transtorno Global de Desenvolvimento (TID, Espectro, etc.)
 DSM-IV e CID-10 (manuais de classificação descritivos)
Transtorno autista
T. De Rett
T. De Asperger
T. Desintegrativos da infância
TGS sem outra especificação
Comunicação, interação social e comportamentos estereotipados (APA, 2002)
Tríade
 Interação: reciprocidade/espontaneidade
 C. simbólica: linguagem oral (ecolalia, prosódia, volume, etc.); gestual e expressões faciais; faz-de-conta
 Compreensão da linguagem
 Compreensão das emoções e da vida mental de si e dos outros (pensamentos, intenções, desejos).
Diferenças e comorbidades
 Cognitivo
 Desenvolvimento (fatores psicossociais)
 Sono, alimentação, agitação, epilepsia, etc.
Etiologia
 Multifatorial
 Genética, neuropsicologia
 Ambiente
Núcleo: Intra x Entre Sujeitos
• Até que ponto o retraimento social e o “déficit” de desenvolvimento podem ser ampliados pela falta de oportunidades sociais oferecidas (Lord & Magill, 1989).
• Importância da convivência com crianças com desenvolvimento típico.
• Inclusão
Benefícios da Inclusão :
Efeitos da inclusão no comportamento (Serra, 2004; Yang, Wolfberg, Wu & Kwu, 2003)
Individual
• Melhora significativa na concentração das atividades propostas
• Desenvolvimento cognitivo e social
Percepção dos pais quanto ao sucesso da inclusão escolar (Li, 2002)
 Aumento de habilidades cognitivas,
 habilidades sociais,
 habilidade de comunicação.
 Maior investimento da família na aprendizagem da criança
 Maior credibilidade da família nas potencialidades
Efeitos do processo de inclusão não satisfatória
 Maior risco de isolamento
 Rejeição dos pares
 Desorganização comportamental/emocional (Chamberlain, 2002)
 Justificativa
 Potencialidades (educabilidade)
 Evidências para os benefícios da inclusão
 Análise de contexto das situações “problemas” e promotoras de desenvolvimento
 Análise das percepções e dos sentimentos dos professores
 Objetivos
 1) Investigar o perfil de interação social de uma criança pré-escolar com autismo, em situação de inclusão escolar, comparado a uma criança sem autismo, da mesma idade.
 2) Investigar a influência do ambiente escolar (sala de aula ou pátio) no perfil de interação social dessas crianças.
 Método
 Delineamento
 Estudo exploratório
 Estudo de caso, comparativo, sujeitos “alvo”
 Participantes
1com diagnóstico médico prévio de Autismo
 2 crianças “focais”
 1 com desenvolvimento típico
 4 anos
 Mesmo sexo
 Sem deficiências físicas ou sensoriais associadas
 Mesma classe da escola comum
 Instrumentos e Materiais
 Ficha de dados sóciodemográficos da criança (NIEPED, 2001).
 Ficha de caracterização da Escola (Goldberg, 2002).
 Escala Q-sort de Competência Social (Almeida, 1997):
 Baseia-se na perspectiva organizacional-relacional, onde a qualidade da interação depende da organização do comportamento social em cada etapa do desenvolvimento (Sroufe, 1979; Waters & Sroufe, 1983).
 53 itens (escala de 7 pontos)
Dimensões
 Sociabilidade/cooperação (9 itens),
 Asserção Social (10 itens),
 Conflito/agressão (13 itens),
 Dependência/autonomia (12 itens),
 Desorganização do Self (9 itens
 Procedimentos de coleta de dados
 A criança com desenvolvimento típico selecionada com base em um sorteio
 Observação sistemática de cada criança em 2 contextos: pátio e sala de aula
 Câmera de vídeo fixa
 Filmagem – 1hora: 30 minutos em sala de aula e 30 minutos no pátio
 Filmagens conduzidas em dias diferentes – amostragem de comportamentos
 Procedimento de Registro e Análise dos Dados
 Filmagem de cada criança registrada e codificada separadamente.
 2 observadores independentes – “cegos” para os objetivos do estudo e diagnóstico da criança autista.
 Resultados: Diferenças
 Sociabilidade/cooperação e Asserção social:
16 itens
- apenas 8 diferenciaram as duas crianças (4 em cada uma).
 Maior dificuldade em integrar-se com facilidade no grupo (item 1);
 colaborar e dispor-se a ajudar (item 2);
 canalizar a atenção do grupo para uma determinada tarefa (item 21);
 expressar com desenvoltura seus desejos e sentimentos (item 31)
 Tentar apaziguar em situações de conflito apareceu apenas na criança com DT (item 9)
 expressar suas intenções claramente (itens 6 e 37, respectivamente
 Ambas as crianças são solicitadas pelo grupo a dar opiniões (item 3), ainda que com pouca freqüência.
 As duas crianças apenas ocasionalmente falam e agem com ponderação (item 17) e costumam manter a calma em situações de tensão e conflito (item 40).
 Ambas frequentemente mostraram-se amigáveis no pátio (item 42), são capazes de ceder perante os argumentos do grupo (item 33) e reagir de forma divertida e com graça (item 36).
 Dependência
 Agressão
 Desorganização
 Conclusões
 Houve evidência de competência social na criança com autismo, ao participar de atividades em grupo, ser solicitada pelos colegas, aceitar sugestões e pedidos dos outros, mostrar-se amigável, afetiva e disposta.
 Chama a atenção de que, nos aspectos da competência social em que ela diferiu da criança com DT, esta diferença decorre mais em função da freqüência/intensidade ou qualidade do comportamento do que da sua ausência per se.

Cleonice Alves Bosa

EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA: os direitos das pessoas com deficiência

0 que é INCLUSÃO OU DIREITO A EDUCAÇÃO
Envolve sua contraditoriedade:
EXCLUSÃO X INCLUSÃO: qualidade de conter em si a sua negação e não existir sem ele = Direito.
EXCLUSÃO ...A Sociedade exclui para incluir e esta transmutação é condição da ordem desigual, o que implica o caráter ilusório da inclusão e do próprio direito.
Todos estão inseridos de algum modo, nem sempre decente e digno, no circuito reprodutivo das atividades das práticas sociais e culturais, sendo a grande maioria da humanidade inserida por meio da insuficiência e das privações
ESCOLARIZAÇÃO
um fenômeno humano;
* um conjunto de diretrizes (leis e acordos internacionais que garantem a escolarização de nossas crianças e à diversidade social)
* Plano Nacional de Educação
* Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
* Desenho das Políticas Nacionais, Estaduais e Municipais de Educação
A que escolarização as crianças das brasileiras têm acesso?
Escola espaço físico e institucional.
* A escola pública brasileira é uma escola excludente?
* Nossas crianças estão se apropriando do saber escolar?
* Nós, professores estamos cumprindo nossa atribuição social?
* Que escola queremos?
Nossa análise...
Recaí sobre os excluídos do processo de escolarização ...
* Quem são?
* Os deficientes?
* Os pobres?
* Os negros?
* Os índios?...
O que a escola pode fazer?
A Escola Inclusiva, como a solução deste problema;
* O que é Escola Inclusiva?
* Parte do princípio que a educação é um direito humano fundamental;
* A escola inclusiva diz respeito a todos os alunos, concentrando-se naqueles que têm sido excluídos de oportunidades educacionais;
* Atenção a diversidade como eixo fundamental.
O que se entende por escola inclusiva ?
Melhoria dos níveis de eqüidade e qualidade da escolarização;
* São considerados importantes o ensino e a aprendizagem;
* A inclusão escolar não é tratada como fato consumado;
* O Compromisso com a inclusão precisa permear todos os aspectos da vida escolar;
* O enfoque da inclusão e do direito não se refere somente no âmbito das necessidade educativas especiais;
*Todos os alunos são alunos da escola;
Instrumentos para MudançasCRIAR CULTURAS
ELABORAR POLÍTICAS
DESENVOLVER PRÁTICAS INCLUSIVAS
Dimensões e Princípios
Criando CULTURAS democráticas
• Construindo a comunidade
• Gerando valores inclusivos
* Produzindo POLÍTICAS inclusivas
• Desenvolvendo uma escola para todos
• Organizando o apoio à diversidade
* Desenvolvendo PRÁTICAS inclusivas
• Orquestrando a aprendizagem
• Mobilizando recursos
INCLUSÃO EM EDUCAÇÃO
Envolve processos de aumento da participação e redução da exclusão de alunos das culturas, dos currículos, da avaliação;
Reestruturação das culturas, políticas e práticas de forma que respondam a diversidade;
Refere-se a aprendizagem e participação de todos os alunos;
Preocupação com a superação das barreiras à aprendizagem
Diversidade não é vista como problema a ser superado, mas como um rico recurso para apoiar a aprendizagem;
Inclusão na perspectiva Educacional
É um exercício contínuo.
É um caminho que no seu percurso, a todo momento, novos obstáculos devem ser superados.
É um projeto coletivo (rede)
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
É a oportunidade e o direito que tem todos os alunos e alunas de acessar e desenvolver uma aprendizagem de qualidade, sem discriminação, respeitando a diversidade aceitando as interfaces no marco de uma cultura inclusiva em constante construção, que assegure a participação e o desenvolvimento de todos os integrantes de uma comunidade educativa.
a educação enquanto direito assume espaço central na debate acerca do papel da escola e das condições da sociedade contemporânea
Isso exige ....
novos referenciais para a construção de sistemas educacionais inclusivos;
* a educação especial é provocada a repensar a manutenção de sistemas paralelos de ensino (regular X especial);
* bem como os processos educacionais, evidenciando os benefícios dos espaços heterogêneos para a formação integral dos alunos
Isso se encaminha para
Um contexto que aponta para a definição de políticas que dêem sustentação à organização de propostas curriculares e à formação de professores, promovendo o compartilhamento de saberes e experiências.
INCLUSÃO AINDA SER CONSTRUÍDA
A partir da concepção histórica do sentido de democracia é que surge a mediação entre as relações autoritárias presentes em nossa sociedade e a busca de novos elementos que valorize não mais os sujeitos como indivíduos, mas, sim, as diversidades culturais pelas especificidades das condições humanas.
É o exercício cultural e pedagógico da diferença pela igualdade, em prol de uma sociedade efetivamente democrática, respeitando o ritmo e a radical individualidade de cada sujeito, no curso de seu desenvolvimento frente as condições históricas impostas, independente de raça, cor, gênero e idade.


Antônio Carlos do Nascimento Osório